Há duas coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou a minha vida: nasci para amar aos outros e nasci para criar meus filhos.
"O amar os outros" é tão vasto que inclui até o perdão para mim mesma com o que sobra. As duas coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida .
Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
Quanto aos meus filhos, o nascimento deles não foi casual. Eu quis ser mãe. Meus quatro filhos foram gerados voluntariamente. Eu me orgulho deles, eu me renovo neles, eu acompanho seus sofrimentos e angústias, eu lhes dou o que é possível dar.
Se eu não fosse mãe, seria sozinha no mundo.
Sei que um dia abrirão as asas para o vôo necessário, e eu ficarei sozinha: É fatal, porque a gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos.
Quando eu ficar sozinha, estarei seguindo o destino de todas as mulheres.
Sempre me restará amar. Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.
[...]Texto de Clarice Lispector readaptado para momentos de minha vida.
1 comentários:
Que chiquetoso o seu blog..Ameiii
Bjos
Aninha
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